Fragmentos de uma telenovela mexicana fracassada




Não é que eu goste de sofrer, o que acontece é que quando a vida se amansa ela me cansa, ela me embriaga de tédio e eu acordo com a ressaca de uma vida sem sentido.
E inacreditavelmente ela faz sentido no simples fato de eu poder observar você o tempo todo, como sua barba muda de castanho para tons avermelhados na luz do sol, como você faz caretas aleatórias quando fecha os olhos ao som do velho Hendrix, como você sorri pra tudo, pra todos a todo tempo.

Ai você vai embora e nem promete que vai voltar me deixando no caos, me deixando as cacos, entregue aos vícios e ao maior de todos os vicíos que é me questionar e me maltratar pensando se quero que tu volte ou se quero que tu morra, porque vai ser sempre a incógnita da minha vida, vai ser sempre o meu caos mental, vai ser meu bem depois meu mal. Vai ser meu ciclo infinito de criar boorboletas no estômago depois matar uma a uma. Mas é que o caos faz eu me sentir viva, viva por bem ou por mal, eu sinto o gosto agridoce de viver essa vidinha banal.

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