Você se encontra
submersa em pensamentos. Chove lá fora e está frio. Lareira acesa. Música no
ar. O que aquece você no momento é o edredon e o vinho, além do fogo. Mais
nada. E você se sente só. Aquela solidãozinha que cutuca lá no fundo. Seu
coração aperta. Dá nó. Você está sem ele. Longe dele. A distância separa vocês
dois. Distância. Quilômetros. Espaço. Quem sabe as almas? Você não tem certeza
de nada, mas está certa de tudo. Você sabe o que sente. O que dói. O que não
deixa você em paz. Mas você não está bem certa do desfecho, já que ele é
resistente. E complicado. Você olha pro fogo e continua sem respostas. Se
entupiu de chocolate e sabe que amanhã terá que correr, no mínimo, uma hora.
Mas você não está nem aí. Nem aí pra calorias. Nem aí pra nada. E muito aí pra
ele.
É sexta-feira e o
telefone não pára. E o celular não dá trégua. Amigos convidando para sair. Você
está com preguiça. Ex também liga. Outro ex também. Parece que hoje é o dia das
pessoas ligarem para você. O mundo resolveu te ligar. Menos ele. Qualquer um
poderia convidá-la para sair (até mesmo o Matthew McConaughey) que você não
aceitaria. No momento ninguém é melhor que ele. Mais lindo. Mais divertido.
Mais meigo.E você se encontra
na fila de espera. Com a senha na mão. Espera de um sinal de fumaça. Um
telefonema. Um telegrama. Uma carta. Um alô. Um sinal qualquer. Algo que faça
seu coração acalmar e seu pensamento parar de rodar e, enfim, sossegar.Você, que tem
domínio de tudo. Você, que sabe a hora de arrepiar o cabelo e pular fora. Você,
que está cansada. Você, que gosta de ter o controle. Você, que odeia se perder.Mas você se perdeu.
E o pior de tudo é que nem se deu conta em que momento do caminho perdeu o
mapa. Nem sabe se existia mesmo um mapa. E pior que o pior de tudo é que você
não se arrepende. E nem faria tudo diferente.
Apesar de tudo, é gostoso
gostar dele. Você está doida.
Completamente.
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