Vai, vai, vai meu amor. Vai que é a última vez que eu espero ficar assim tão vazia andando sozinha pela rua o dia inteiro, vai que eu não agüento mais todos por aqui me perguntando aonde é que você foi parar, com o silêncio gritante no meu peito que também queria tanto saber. Reza já não adianta mais, a paciência já foi pelo ralo há muito tempo e já enjoei de sentir meu corpo se arrepiar lembrando de como você ria alto e segurava na minha cintura o tempo todo muito forte pra não sair jamais. Vai, já não vejo mais suas mãos por aqui, agora.Se você tá tão feliz quanto me parece, vai. Sua felicidade extrema e extravagante me assusta. Não quero você me pedindo quando eu não posso mais. Não quero que você volte essa semana pra me dizer tua agenda completa porque ninguém mais se interessa nos seus programas semanais e ninguém mais quer tanto te cuidar quanto eu. Porque ninguém mais no mundo quer saber como anda sua casa, se vai ser reformada ou acabada, se você vai começar aquele curso esse mês ou se sua família quer te apresentar uma garota péssima de vida planejada. Ninguém mais no mundo se interessa se você anda se alimentando bem, se anda dormindo bastante, se você tá feliz assim do jeito que tá. Se você tá feliz mesmo sem nunca mais ter ouvido minha voz. Você me conta coisas secretas que ninguém mais no mundo mereceria ouvir. E eu me sinto tão especial e lembrada que me dá combustível pra mais duas semanas sem você aparecer. Mas dessa vez, to falando sério: vai. Nada no mundo pode ser pior do que a agonia de te esperar voltar.
Vai, meu amor.
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